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Thursday, May 03, 2018

IBGE: Renda do 1% mais rico é 36 vezes a média da metade mais pobre


Segundo dados recentes do IBGE, o  grupo dos 1% mais ricos da população brasileira tinha um rendimento médio (de todos os trabalhos) de R$ 28.040 mensais no ano passado, 36,1 vezes acima da que recebia a metade mais pobre da população no período (R$ 754). Os números que mostram a concentração de renda existente no país são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga nesta quarta-feira estatísticas sobre o tema pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, referentes a 2017.

Segundo o instituto, essa proporção era praticamente a mesma no ano anterior, quando o grupo 1% mais rico da população tinha um rendimento 36,3 vezes maior do que a metade com os menores rendimentos.

Essa concentração de renda é desproporcional para o padrão global. Pesquisa divulgada pelo projeto World Wealth and Income Database (WID, banco de dados coordenado, entre outros, pelo economista francês Thomas Piketty) no fim do ano passado mostrou que o grupo 1% mais rico da população mundial tinha 20% da renda global.

De acordo com o IBGE, a região Nordeste teve, mais uma vez, o pior indicador de desigualdade da renda: 44,9 vezes, muito acima da razão de 39,9 do ano anterior. No Centro-Oeste, a razão passou de 28 vezes para 33,1 vezes.

O IBGE também divulgou a concentração de rendimento considerando a renda de todas as fontes, o que inclui o rendimento do trabalho, aposentadoria, pensão, aluguéis, programas de transferência etc. Nesse caso, o grupo dos 10% mais ricos concentrava 43,3% da massa de renda, ou R$ 113,9 bilhões. Já o grupo dos 10% mais pobres ficava com apenas 0,7% da massa total.
Trabalho

Com o mercado de trabalho ainda patinando, o número de brasileiros que recebia alguma renda fruto do trabalho recuou em 2017, na comparação ao ano anterior, ao passo que a parcela da população que recebia rendimentos de aposentadoria ou pensão apresentou um ligeiro incremento. De acordo com dados do IBGE, 14,1% da população residente no país recebia recursos de aposentadoria ou pensão, o que equivale a 29,14 milhões de pessoas. Em 2016, a proporção era de 13,9%.

Ao mesmo tempo, 41,9% da população brasileira tinha alguma renda do trabalho, proporção menor do que a verificada no ano anterior, de 42,4%. Isso significa que o total de brasileiros com renda do trabalho recuou de 87,1 milhões para 86,78 milhões de pessoas de 2016 para 2017. "Essa é uma queda significativa e importante", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Do total de 207,1 milhões de pessoas residentes no Brasil no ano passado, 124,6 milhões (60,2%) possuíam algum tipo de renda (trabalho, aposentadoria ou pensão, aluguéis etc). A região Sul tinha uma proporção maior de pessoas com renda: 66%. Essa parcela era menor nas regiões Norte e Nordeste, de 52,6% e 56,5%, respectivamente

A pesquisa mostra ainda que 2,4% da população recebia pensão alimentícia, doação ou mesada, mesmo percentual verificado no ano anterior. No caso dos aluguéis, os brasileiros que recebiam esse tipo de renda representavam 1,9% do total da população, ligeiro aumento na comparação ao ano anterior (1,8%). população brasileira tinha um rendimento médio (de todos os trabalhos) de R$ 28.040 mensais no ano passado, 36,1 vezes acima da que recebia a metade mais pobre da população no período (R$ 754). Os números que mostram a concentração de renda existente no país são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estas informações indicam uma preocupação para a sociedade brasileira e o seu futuro. Tamanha desigualdade social caso não venha a ser combatida o mais brevemente possível, permitindo, portanto, que se acentue cada vez mais, tornará ainda mais violenta a convivência entre nossa população. Hoje estamos vivendo altos índices de criminalidade espalhado em todo o nosso território. Aqueles que nada tem, resolveram tomar, na marra, o pouco que lhes é negado por um sistema político que aposta na exclusão social.

Acostumados que somos com a postura cordata, para muitos até mesmo acovardada, de nossa população, carente de todo tipo de recursos, não percebemos que quando a revolta se estabelecer, não há força policial nem forças armadas capazes de deter a ira de um povo em qualquer parte do mundo.